Budapeste (a propósito de grandes momentos de 2005)
Budapeste não é cidade que ofereça desculpas à indolência. Os excessos da gula podem (e devem) ser devidamente temperados por uma surtida aos banhos que são, aqui, uma espécie de desporto nacional. Opções não faltam já que esta tradição remonta à ocupação da Hungria por romanos e turcos otomanos, povos que veneravam a arte de bem desfrutar da (e na) água acima das demais.
Se aspira a requintes de sultão, há que optar pelos Banhos do Hotel Gellért, um palace fin de siècle, ligeiramente tocado pelo charme discreto da decadência. Inaugurado na década de 1880, este estabelecimento inclui uma piscina interior e outra exterior, para além duma fonte de águas termais, podendo os banhos ser devidamente complementados por diversos tratamentos de beleza e massagens. O mesmo acontece no mais familiar e, porventura, mais belo complexo de piscinas de Budapeste – o Széchenyi (situado num dos Parques da cidade – o Városliget – junto ao Zoo). Construído no princípio do século XX, é anualmente frequentado por mais dum milhão de pessoas, 20 a 30% das quais estrangeiras, e oferece várias piscinas exteriores e interiores, cuja temperatura oscila entre os 18 e os 38ºC. Neste cenário que poderia ser de um filme de Visconti, ninguém resiste à tentação.
Por entre crianças de berço que aprendem a nadar e adultos que disputam partidas de xadrez com água até à barba, descobre-se que a vida pode ser dançada como uma valsa. À noite, sob as luzes da cidade, o Danúbio tem a cor do veludo azul.
Tuesday, January 03, 2006
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1 comment:
Budapeste foi uma das cidades que me soube a pouco. Uma das razões foi não ter experimentado uma destas tão famosas banhocas. Corri, literalmente, a cidade, o que me abriu o apetite para voltar, desta vez com a calma que ela merece. Mesmo assim foi, para mim também, um grande momento que guardarei na memória de 2005.
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