Fritz Lang
Fui ver The Blue Gardenia por engano. Li o título no Público e decidi ir, persuadida que ia ver um policial negro, muito forties, com o Alan Ladd e a Veronica Lake. Saíu-me um policial, sim, mas de Fritz Lang, porque, na verdade, baralhei as «flores» (o outro é The Blue Dahlia). Devo dizer, no entanto, que a intuição, ou o que quer que me tenha levado à Cinemateca num sábado de Porto-Benfica, não poderia ter sido melhor. Ao estilo do realizador alemão (emigrado para os Estados Unidos e para Hollywood por causa do nazismo), «saiu» uma intriga policial desenvolvida com um contenção narrativa absolutamente contemporânea, com muitos níveis de análise e compreensão, alguns dos quais remetem para o ambiente de perseguição que o «maccartismo» criava nos E.U.A à altura em que Lang realizou The Blue Gardenia. Na folhinha que a Cinemateca habitualmente distribui aos espectadores, João Bénard da Costa escreve: «(...)o cinema é tanto coisa de sons como coisa de imagens. E que para quem está in como para quem está off (personagens-espectadores) é preciso tanta atenção a uns como a outros. Só assim se faz um grande filme sobre pequenas pessoas. Só assim se tem um alto olhar sobre um baixo mundo».
****
A propósito de cinema, não percam Alice, de Marco Martins. É um grande filme em qualquer parte do mundo.
4 comments:
Pelo que tenho lido na crítica vale realmente a pena. Espero que não passe só em Lisboa e Porto. Xicoração.
Hoje vou à escolinha de dança. Amanhã, se sobreviver a uma reportagem em terreno minado, atacarei «Aurora» de Murnau, no Nimas.
beijos, näo de Barcelona, mas de Madrid....
Ó pá, Madrid. Gosto tanto! Beijocas tb para ti, minha querida.
Post a Comment