A biblioteca perdida
No sábado fui curar a neura nas compras. Sempre a meio caminho entre o fascínio da modernidade (é o ascendente Aquário, dizem os entendidos nestas coisas) e o legado do passado (signo solar Caranguejo), comprei um leitor de MP3 na FNAC e segui para a Feira da Ladra. Ia mais para desfastio do que por esperança de encontrar alguma coisa que jeito tivesse, mas acabei por encontrar o que restava de uma excelente biblioteca, vendida ao módico preço de 1 euro por unidade. Dei por mim a compreender que havia uma coerência intrínseca naquele vasto conjunto, o que parecia indicar que pertencera a uma só pessoa. Alguém que fora culto, que tivera bom gosto, que coleccionara aqueles livros com desvelo, ao longo de anos e anos. Comprei uma novela de Evelyn Waugh (O Ente Querido); um original de Rebecca de Daphne du Maurier e um «Gaélico sem mestre». Fiquei a pensar o quanto me teria entendido bem com o desconhecido que possuira a biblioteca que assim se dispersava.
5 comments:
Os tesouros que se encontram nos mais incriveis recantos da cidade...
Ao folheares as páginas deixa que elas te contem as histórias de quem as leu e folheou antes de ti...um beijo
o "gaélico sem mestre" não se pode perder. Tem o encanto das coisas (quase) inúteis. Só alguns coca-bichinhos apreciam.
Como nós :)
Já não vou à feira da Ladra à tanto tempo, é uma coisa q tenho de resolver em breve...porque lá realmente encontram-se coisas incríveis...
Essa cumplicidade nos gostos é sempre agradável, principalmente quando se conhece a pessoa pessoalmente!
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