Wednesday, June 20, 2007
Monday, June 18, 2007
Não lhe chamem condessa que a põem tensa
Quando era criança, ambicionava ter mordomo. Ele entraria na drawing room, impecavelmente britânico, e servir-me-ia o Earl Grey, chamando-me «Milady». Como de costume, a vida encarregou-se de me render à evidência que o senhor não se adaptaria à geografia de um T3 em Benfica. Mas há quem mantenha, na vida adulta, a elevação dos sonhos de infância. É o caso de Beatriz Batarda. Como se sabe, os questionários de Proust e outros inquéritos jornalistícos são espaços onde os notáveis da nossa praça gostam de se mostrar com toda a sinceridade. Mas, no último JL, a actriz chega a ser comovedora. Interrogada sobre os seus lugares de eleição, as escolham recaem sobre: «um centro hípico». Porquê? Porque «quando era criança passava os fins-de-semana no Centro Hípico Quinta da Marinha». Em Lisboa, prefere a «esplanada do Hotel Ritz de Lisboa, da piscina do Hotel Tivoli de Lisboa, da vista do Hotel do Chiado». No entretanto, o Ambrósio toma a liberdade de pensar nos Ferrero Rocher.
Quando era criança, ambicionava ter mordomo. Ele entraria na drawing room, impecavelmente britânico, e servir-me-ia o Earl Grey, chamando-me «Milady». Como de costume, a vida encarregou-se de me render à evidência que o senhor não se adaptaria à geografia de um T3 em Benfica. Mas há quem mantenha, na vida adulta, a elevação dos sonhos de infância. É o caso de Beatriz Batarda. Como se sabe, os questionários de Proust e outros inquéritos jornalistícos são espaços onde os notáveis da nossa praça gostam de se mostrar com toda a sinceridade. Mas, no último JL, a actriz chega a ser comovedora. Interrogada sobre os seus lugares de eleição, as escolham recaem sobre: «um centro hípico». Porquê? Porque «quando era criança passava os fins-de-semana no Centro Hípico Quinta da Marinha». Em Lisboa, prefere a «esplanada do Hotel Ritz de Lisboa, da piscina do Hotel Tivoli de Lisboa, da vista do Hotel do Chiado». No entretanto, o Ambrósio toma a liberdade de pensar nos Ferrero Rocher.
Tuesday, June 12, 2007
Noite de Santo António, noite de Lisboa
É, entre todas as noites festivas, a que prefiro. Não que tenha qualquer paixão gastronómica por sardinhas, mas a cidadania de Lisboa está-me nos genes (pertenço a uma das poucas famílias que tem, pelo menos, quatro gerações consecutivas de nados na cidade) e, como tal, esta noite em que se troca uma proverbial melancolia por música e balões coloridos tem o dom de me comover.
Gosto da confusão de Alfama, das bancas que vendem arroz doce, dos toscos tronos a Santo António, dos mangericos viçosos que, chegados a casa, duram poucos dias, do deslumbramento dos turistas.
E gosto muito daquilo em que a lenda popular transformou um doutor da Igreja.
Monday, June 04, 2007
Lovers go home!
Ahora que empecé el día
volviendo a tu mirada,
y me encontraste bien
y te encontré más linda.
Ahora que por fin
está bastante claro
dónde estás y dónde estoy.
Sé por primera vez
que tendré fuerzas
para construir contigo
una amistad tan piola,
que del vecino
territorio del amor,
ese desesperado,
empezarán a mirarnos
con envidia,
y acabarán organizando
excursiones
para venir a preguntarnos
cómo hicimos.
Mario Benedetti
Ahora que empecé el día
volviendo a tu mirada,
y me encontraste bien
y te encontré más linda.
Ahora que por fin
está bastante claro
dónde estás y dónde estoy.
Sé por primera vez
que tendré fuerzas
para construir contigo
una amistad tan piola,
que del vecino
territorio del amor,
ese desesperado,
empezarán a mirarnos
con envidia,
y acabarán organizando
excursiones
para venir a preguntarnos
cómo hicimos.
Mario Benedetti
Friday, June 01, 2007
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