Tuesday, July 11, 2006

A vida secreta das palavras
Almodóvar à parte, o cinema contemporâneo espanhol não goza de grande popularidade entre nós. Juntemos-lhe o burburinho causado pelo Mundial e é de prever que o belíssimo filme de Isabel Coixet, A Vida Secreta das Palavras, passe despercebido. E é pena e é injusto, sobretudo para quem não se der ao trabalho de o ir ver. Com mão seguríssima, a realizadora conta uma história (ou várias numa só) de prova e redenção sem glosar lugares-comuns capazes de arrancar lágrimas fáceis ao espectador.
A acção decorre numa plataforma de petróleo filmada como ilha para onde caminham todos os que levam ao limite o desejo de serem deixados em paz porque o passado, um qualquer segredo do passado, os faz abominar a vida em sociedade. A partilha desse aparente estado de desgraça levará Hannah a nomear a besta que a tem aprisionada há anos e a atingir, através da vida plenamente atingida, a redenção. Não esquece, não perdoa - perceber-se-á no final - mas atinge a pacificação e prossegue, plantando sobre as cinzas. Com ela, leva Josef (Tim Robbins, mais uma vez excelente nesta personagem contida e uinfinitamente generosa). A não perder!

2 comments:

Psipsina said...

Obrigada pela sugestão, farei os possíveis para ir vê-lo.

Anonymous said...

Entrevistei Coixet há um par de semanas. é uma realizadora brilhante, mas a Vida Secreta das Palavras nao é o seu melhor filme. No entanto é um bom filme, e pacificar-se com o passado para prosseguir com a vida é uma das grandes mensagens do filme. Tenta ver Cosas que nunca te dije ou Mi vida sín Mi.

Besos
Septimus