É oficial: acaba de nascer o meu novo projecto. É um blog, uma espécie de revista online, sobre actualidade literária europeia. Gostava que o visitassem, comentassem, criticassem, acrescentassem. Tenho muitos sonhos para ele. Responde pelo nome de http://europadoslivros.blogspot.com
Monday, January 29, 2007
Thursday, January 25, 2007
Para um novo leitor deste blog. Espero que volte muitas vezes. Xutos forever!
http://www.youtube.com/watch?v=XGYm4Ixo6V4
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Tuesday, January 23, 2007
A comédia segundo Martin Amis
«La comédie est tellement menacée aujourd'hui par le politiquement correct. Une blague c'est toujours l'affirmation d'une supériorité. En général, quelqu'un est humilié. Nous faisons tous de plus en plus souvent l'expérience de visages qui se crispent soudainement, et sur lesquels toute trace d'humour a disparu lorsque tombe le hugement politique. C'est beaucoup plus fréquent qu'il y a trente ou quarante ans.»
Martin Amis em entrevista à revista Les Inrockuptibles, edição de 16 de Janeiro
Thursday, January 18, 2007
Homenagem a Eli Wallach
Foi sem grandes expectativas que parti para o filme O Amor não Tira Férias, de Nancy Meyers. Queria passar um serão agradável como alternativa a uma daquelas reuniões de condomínio em que dois reformados se degladiam furiosamente por causa de uma lâmpada fundida. Mas eis que a comédia romântica made in Hollywood superou as expectativas. Não que alguma vez passasse do registo ligeirinho (embora nunca fosse estupidificante), não que o final seja surpreendente (como não era no divertido Alguém Tem que Ceder, o anterior filme da realizadora com Diane Keaton e Jack Nicholson), mas porque tem uma componente cinéfila que muito me agradou. E essa componente tem a ver com a homenagem feita ao actor Eli Wallach, na altura da rodagem com 90 anos. Meyers «transforma-o» num velho argumentista que, nos seus tempos áureos, escrevera algumas das grandes lines do cinema clássico e privara com algumas das suas maiores «estrelas». Mas o que, na verdade, ali se faz é a homenagem a um grande actor cujo currículum inclui filmes míticos como Os Inadaptados; O Bom, o Mau e o Vilão; Os Sete Magníficos ou O Padrinho.
Friday, January 12, 2007
Thursday, January 11, 2007
O Vigilante, Sarah Walters
Editado pela Bizâncio, O Vigilante da britânica Sarah Walters é um longo e belo romance. Comecei por o comprar porque o ambiente me interessava (Londres durante o blitz, na IIª Guerra Mundial), mas acabei por me render à grande capacidade de escrita evidenciada pela autora. As cenas em que descreve um bombardeamento e o resgate das vítimas, a partir do ponto de vista das equipas de salvamento, não estão ao alcance de qualquer um. Recomendo.
Editado pela Bizâncio, O Vigilante da britânica Sarah Walters é um longo e belo romance. Comecei por o comprar porque o ambiente me interessava (Londres durante o blitz, na IIª Guerra Mundial), mas acabei por me render à grande capacidade de escrita evidenciada pela autora. As cenas em que descreve um bombardeamento e o resgate das vítimas, a partir do ponto de vista das equipas de salvamento, não estão ao alcance de qualquer um. Recomendo.
Tuesday, January 09, 2007
The Man who Shot Liberty Valance, John Ford
«Nos filmes de Ford é sempre preciso voltar mais atrás. E é exactamente que volte atrás («come back, pilgrim, come back») o que Wayne pede a Stewart, quando lhe quer acabar com os remorsos. Há uma imensa cortina de fumo e depois, quando vemos segunda vez o duelo, a câmara já se subjectiva entre Strode e Wayne e só se objectiva na posição frontal (...). E, como mais tarde terá comentado Lee Marvin: «It was the only time John Wayne ever shot anybody in the back of the head». Essa figura única na obra de Ford (um flash-back dentro dum flash-back, uma mesma sequência na multiplicidade dos pontos de vista) é muito mais do que a chave do filme, ou a revelação de quem matou Liberty Valance. É o apelo, pela primeira vez tornando explícito, a que olhemos sempre pela segunda vez, já que há sempre um fundo sob um fundo e outro ainda sob esse. Se há cineasta em que o campo é mais profundo, esse se chamou John Ford.»
João Bénard da Costa
Monday, January 08, 2007
Thursday, January 04, 2007
There are no second acts in american lives.
Francis Scott Fitzgerald
Preparo-me para iniciar o segundo acto da minha vida. Quero que seja deslumbrante. Não farei fretes. Não viverei no passado. Não me adiarei para o futuro. Não aceitarei migalhas. Não darei migalhas. Não me iludirei. Serei mais exigente comigo e com os outros. Amarei melhor, amar-me-ei mais, dedicar-me-ei ao instante que passa, farei do aqui e agora um bom lugar, rumarei a novos destinos, lutarei pelo que me é caro, não terei medo. Porque já não terei tempo para me arrepender.
Tuesday, January 02, 2007
Artur e os minimeus
Éramos dois adultos, sem crianças, no cinema, mas nem por isso a sessão foi desprovida de encantamento. Embora não seja propriamente uma entusiasta da obra do francês Luc Besson na sua fase pós-O Quinto Elemento (1997), rendi-me à magia de Artur e os Minimeus, a sua primeira incursão no mundo da animação. Digo incursão e, imediatamente, sinto que a palavra carrega uma marca de dilentatismo que não faz justiça ao empenho e amor que o realizador, ao longo de mais de cinco anos, dedicou ao projecto.
Tudo começou quando Patrice Garcia, colaborador de Luc Besson, lhe mostrou o desenho de uma pequena personagem que deveria servir de suporte a uma série de televisão. O realizador contra-argumentou que este media não lhe interessava, mas não deixou cair o projecto de Garcia: à nova criatura chamou Artur e destinou-lhe uma vida, primeiro em livro (assina ele próprio o livro Artur e os Minimeus, editado em Portugal pela Asa), e, depois, no grande écran. Mas não bastou decidir: da ideia à sua concretização distou um percurso feito de dificuldades, como o próprio realizador admitiu durante a conferência de imprensa que fez em Lisboa, para apresentação do filme: «Começámos a trabalhar há cinco anos e, na altura, os distribuidores não estavam muito receptivos à animação digital. Agora, quase só se fazem filmes animados digitais. Por isso, estivemos três anos a filmar com dinheiro nosso e sem uma única imagem para apresentarmos aos financiados. Felizmente, os licenciadores das personagens para o merchandising acreditaram em nós e os acordos que fizemos com ele deram-nos mais espaço de manobra».
O resultado de tanto esforço (e dos 65 milhões de euros que custou) é um filme brilhante que colocamos sem hesitações na estante dos clássicos infanto-juvenis. Num mundo sobrecarregado de imagens, Besson consegue criar um universo próprio que se distingue com segurança de grandes referências do género como a Disney ou a Dreamworks (criadora de Shrek, por exemplo) e colocá-lo ao serviço da história de um rapazinho que se propõe resolver as dificuldades financeiras da família através de uma perigosa caça ao tesouro. Inicia-a no pequeno jardim da sua casa, onde, segundo os mapas deixados por um avô misteriosamente desaparecido, estaria enterrado um saco de rubis. Mas, antes que chegue ao providencial achado, Arthur ver-se-á confrontado com a fabulosa tribo dos minimeus. O que se segue tem o ritmo de uma aventura de Indiana Jones, em que as interpretações de Freddie Highmore (o pequeno actor revelado em Finding Neverland e Charlie e a Fábrica de Chocolate), Mia Farrow (a avó) e as vozes, na versão original, de Madonna, Robert De Niro, David Bowie e Snoop Dog são uma mais valia a considerar. Artur e os Minimeus é, pois, uma «iguaria» que, por várias razões, vale a pena saborear até ao último segundo do genérico final.
Éramos dois adultos, sem crianças, no cinema, mas nem por isso a sessão foi desprovida de encantamento. Embora não seja propriamente uma entusiasta da obra do francês Luc Besson na sua fase pós-O Quinto Elemento (1997), rendi-me à magia de Artur e os Minimeus, a sua primeira incursão no mundo da animação. Digo incursão e, imediatamente, sinto que a palavra carrega uma marca de dilentatismo que não faz justiça ao empenho e amor que o realizador, ao longo de mais de cinco anos, dedicou ao projecto.
Tudo começou quando Patrice Garcia, colaborador de Luc Besson, lhe mostrou o desenho de uma pequena personagem que deveria servir de suporte a uma série de televisão. O realizador contra-argumentou que este media não lhe interessava, mas não deixou cair o projecto de Garcia: à nova criatura chamou Artur e destinou-lhe uma vida, primeiro em livro (assina ele próprio o livro Artur e os Minimeus, editado em Portugal pela Asa), e, depois, no grande écran. Mas não bastou decidir: da ideia à sua concretização distou um percurso feito de dificuldades, como o próprio realizador admitiu durante a conferência de imprensa que fez em Lisboa, para apresentação do filme: «Começámos a trabalhar há cinco anos e, na altura, os distribuidores não estavam muito receptivos à animação digital. Agora, quase só se fazem filmes animados digitais. Por isso, estivemos três anos a filmar com dinheiro nosso e sem uma única imagem para apresentarmos aos financiados. Felizmente, os licenciadores das personagens para o merchandising acreditaram em nós e os acordos que fizemos com ele deram-nos mais espaço de manobra».
O resultado de tanto esforço (e dos 65 milhões de euros que custou) é um filme brilhante que colocamos sem hesitações na estante dos clássicos infanto-juvenis. Num mundo sobrecarregado de imagens, Besson consegue criar um universo próprio que se distingue com segurança de grandes referências do género como a Disney ou a Dreamworks (criadora de Shrek, por exemplo) e colocá-lo ao serviço da história de um rapazinho que se propõe resolver as dificuldades financeiras da família através de uma perigosa caça ao tesouro. Inicia-a no pequeno jardim da sua casa, onde, segundo os mapas deixados por um avô misteriosamente desaparecido, estaria enterrado um saco de rubis. Mas, antes que chegue ao providencial achado, Arthur ver-se-á confrontado com a fabulosa tribo dos minimeus. O que se segue tem o ritmo de uma aventura de Indiana Jones, em que as interpretações de Freddie Highmore (o pequeno actor revelado em Finding Neverland e Charlie e a Fábrica de Chocolate), Mia Farrow (a avó) e as vozes, na versão original, de Madonna, Robert De Niro, David Bowie e Snoop Dog são uma mais valia a considerar. Artur e os Minimeus é, pois, uma «iguaria» que, por várias razões, vale a pena saborear até ao último segundo do genérico final.
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