http://www.youtube.com/watch?v=pwCte8jp-GI
Desejo-vos um Feliz ano novo com muitos encontros inesquecíveis!
Friday, December 29, 2006
Thursday, December 28, 2006
The Dreamers, de Bernardo Bertollucci
Não é o melhor filme do realizador de O Último Tango em Paris, 1900 ou O Último Imperador, mas é irresistível para os cinéfilos. Basta dizer que a acção começa quando, em pleno Maio de 68, a demissão política do histórico presidente da Cinemateca de Paris, Henri Langlois, gera uma enorme manifestação. A história que se segue é a de uma belíssima (e terrível) história de amor a três que, à sua maneira, homenageia Jules e Jim, de François Truffaut. Imperfeito, poético, nostálgico, apaixonante, um filme para guardar na estante dos afectos. DVD à venda.
Tuesday, December 26, 2006
Friday, December 22, 2006
Monday, December 18, 2006
Poesia de António Ferra
Escreve como pinta: com uma inteligência feita de sensibilidade aos mais infímos pormenores.Discreto, atento, senhor de uma imaginação exuberante, chama-se António Ferra e é hoje um dos meus melhores amigos. Um privilégio, digo-vos. Senão leiam o excerto deste poema, parte do seu novo livro, A Palavra Passe (edição Campo das Letras):
Perdi a password
E se eu não me lembrasse do código do multibanco/
e ali ficasse de pé em frente da máquina,/
de mãos trémulas, a introduzir o cartão/
até três vezes, três vezes remexendo os bolsos da cabeça/
cheia de tanto material provavelmente inútil,/
mas que eu teimo em guardar, não vá o diabo tecê-las,/
no medo de deitar fora uma recordação de infância/
misturada com o número do bilhete de identidade,/
no medo de perder o registo daquele beijo interminável/
a preencher-me o corpo ainda sensível à memória,/
no medo de encontrar entre ficheiros e afectos,/
algum trauma que ninguém removeu ainda,/
porque se fez de ácido e sabonete de glicerina e pó-de-talco/
ausonia? (uma senhora dos anos vinte a enfeitiçar-me a líbido/
recalcada de culpa, temores e incertezas.)
Escreve como pinta: com uma inteligência feita de sensibilidade aos mais infímos pormenores.Discreto, atento, senhor de uma imaginação exuberante, chama-se António Ferra e é hoje um dos meus melhores amigos. Um privilégio, digo-vos. Senão leiam o excerto deste poema, parte do seu novo livro, A Palavra Passe (edição Campo das Letras):
Perdi a password
E se eu não me lembrasse do código do multibanco/
e ali ficasse de pé em frente da máquina,/
de mãos trémulas, a introduzir o cartão/
até três vezes, três vezes remexendo os bolsos da cabeça/
cheia de tanto material provavelmente inútil,/
mas que eu teimo em guardar, não vá o diabo tecê-las,/
no medo de deitar fora uma recordação de infância/
misturada com o número do bilhete de identidade,/
no medo de perder o registo daquele beijo interminável/
a preencher-me o corpo ainda sensível à memória,/
no medo de encontrar entre ficheiros e afectos,/
algum trauma que ninguém removeu ainda,/
porque se fez de ácido e sabonete de glicerina e pó-de-talco/
ausonia? (uma senhora dos anos vinte a enfeitiçar-me a líbido/
recalcada de culpa, temores e incertezas.)
Wednesday, December 13, 2006
Wednesday, December 06, 2006
Monday, December 04, 2006
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados
que eu ando a limitar a tua
altura e bebo a água e sorvo o
ar que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se
transfigura e toca o seu
próprio elemento num corpo
que já não é seu
num rio que desapareceu onde
um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados
que eu ando a limitar a tua
altura e bebo a água e sorvo o
ar que te atravessou a cintura
tanto tão perto tão real
que o meu corpo se
transfigura e toca o seu
próprio elemento num corpo
que já não é seu
num rio que desapareceu onde
um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
Mário Cesariny
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