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Um doce a quem os identificar a todos.
Um blog de hedonista acerca de livros, filmes, viagens e afectos.
Poder-se-ia escrever um poema inspirado na intensidade deste olhar. É do actor francês Louis Garrel, nascido a 14 de Junho de 1983, provavelmente a estrela mais recente do cinema europeu que, como se sabe, não as tem em abundância. Depois da fulguração de The Dreamers, ei-lo de volta em Os Amantes Regulares, realizado pelo pai, Philippe Garrel, em exibição no King. A fotografia a preto e branco confirma-lhe a presença e o romantismo.
Noite à italiana
Foi uma belíssima noite de sábado, feita da terna cumplicidade entre dois amigos que se descobrem. Tudo sob o mote da Itália, da pasta ao café, culminando na obra-prima de Antonioni, Profissão: Repórter, que está em exibição no Nimas.
Recomendo-vos vivamente. Trata-se de um road movie (género pouco habitual fora do cinema americano) em que o protagonista (interpretado por um ainda jovem Jack Nicholson) se aventura na perda de si mesmo, assumindo a identidade de um desconhecido. Tentador? Parece que sim. Farto de entrevistar, com falinhas mansas, tiranos & outros medíocres, desmotivado por um casamento sem chama, o nosso herói procura, assim, recomeçar do zero. Troca de passaporte com um morto e esconde-se pelas estradas de Espanha - de Barcelona ao extremo sul. Mas consigo carrega um novo fardo que não pode compreender. Belíssimo!
Hot Summer in the city
Ao contrário do habitual na chamada silly season, os cinemas de Lisboa apresentam este Verão vários motivos de interesse. A saber:
1) Profissão: Repórter, no Nimas. Michelangelo Antonioni é o último sobrevivente da geração de ouro do cinema italiano constituída por Visconti, Rossellini, Fellini e Ettore Scola. Este filme, da década de 70, traz-nos um dos pontos altos da carreira do cineasta e traz-nos um Jack Nicholson ao seu melhor nível.
2) Miami Vice, de Michael Mann. Confesso que nunca pensei ir ao cinema ver tal coisa. O título evocava-me o horripilante Don Johnson enchumaçado e de penteado à Cais do Sodré. Mas estava rotundamente enganada. Embora Colin Farrell mantenha o look, o filme é uma das melhores obras do ano. Não admira: na filmografia do seu autor constam títulos maiores do cinema de acção como Heat ou Colateral.
3) Diz-me o meu amigo Thiago que o filme de animação O Fio da Vida é um deslumbramento. Como os conselhos dos amigos são os únicos que sigo, lá estarei, no fim-de-semana, no Alvaláxia (argh...) para partilhar do seu encantamento.