Wednesday, August 30, 2006




Olhares que o cinema imortalizou



























Um doce a quem os identificar a todos.

Monday, August 28, 2006

A luz é ainda mais maravilhosa quando saimos de um túnel muito comprido.

Thursday, August 24, 2006

Oração pela paz interior
«Dai-me, meu Deus, resignação para aceitar o que não posso mudar; coragem para mudar o que está ao meu alcance e discernimento para distinguir entre os dois.»

Tuesday, August 22, 2006

Contamos ansiosamente os dias: a 7 de Setembro, Volver, de Almodóvar, estará nos cinemas portugueses.

Monday, August 21, 2006


La mirada

Poder-se-ia escrever um poema inspirado na intensidade deste olhar. É do actor francês Louis Garrel, nascido a 14 de Junho de 1983, provavelmente a estrela mais recente do cinema europeu que, como se sabe, não as tem em abundância. Depois da fulguração de The Dreamers, ei-lo de volta em Os Amantes Regulares, realizado pelo pai, Philippe Garrel, em exibição no King. A fotografia a preto e branco confirma-lhe a presença e o romantismo.

Thursday, August 17, 2006

Happy Birthday, Penguin Books!

Um livro ao preço de um maço de tabaco: foi com este «ovo de Colombo» que o editor inglês Allen Lane criou a Penguin Books, consumando a chamada «revolução do paperback». Corria o ano de 1935 e, regressado de um encontro com Agatha Christie, Lane descobriu, com espanto, que a loja da estação ferroviária em que ia embarcar não tinha qualquer edição «portátil» da que era já uma das escritoras mais conhecidas da Grã-Bretanha. Decidido a mudar este panorama, apostou na criação de uma nova chancela que pusesse a grande literatura ao alcance de todas as bolsas. Assim nascia um autêntico império que, hoje, quando comemora 70 anos de existência, está espalhado por 13 países (Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, Índia e África do Sul), emprega cerca de 4 mil pessoas e apresenta receitas anuais na ordem dos 700 milhões de libras.
O irresistível sucesso da marca é tão mais surpreendente quando esta nasceu num mundo totalmente diverso do nosso, em condições que hoje despertam um sorriso. Ao decidir dar-lhe o nome de Penguin, Allen Lane mandou um funcionário ao Zoo de Londres para fazer uma série de estudos de pinguins. Dessa tarefa resultaria um dos logótipos mais conhecidos pelos leitores de todo o mundo. Ao módico preço de seis pences, a nova editora publicaria, logo no primeiro ano de funcionamento, uma vintena de livros, em que avultam Farewell to Arms, de Hemingway; The Misterious Affair at Styles, de Agatha Chistrie, The Thin Man, de Dashiell Hammett e The Edwardians, de Vita Sackville-West.
O sucesso foi tal que, em 1937, a Penguin criaria uma sub-empresa – a Pelican Books – vocacionada para leituras de carácter pedagógico, como, aliás, ficava demonstrado logo com o primeiro título da colecção: The Intelligent Woman’s Guide to Socialism and Capitalism, de George Bernard Shaw. Seguir-se-ia, em 1945, a abertura da colecção de clássicos da Literatura Mundial (the Penguin Classics) com a tradução da Odisseia, de Homero, por E.V.Rieu. Nesta série – totalmente reeditada no ano passado, por ocasião do seu 60ºaniversário – saíram, entre dezenas e dezenas de títulos, a Bíblia e a Epopeia de Gilgamesh. Viriam ainda a Puffin Books (para a literatura infanto-juvenil), a Allen Lane (para o ensaio), a Penguin Special (para o ensaio político) e a Peregrine Books (para guias de viagens).
Não se pense, porém, que os responsáveis da Penguin jogaram sempre pelo seguro. 1960 ficará na História da editora como o ano em que pôs à venda O Amante de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence. Apesar de escrito em 1928, dois anos antes da morte do escritor, o romance permanecia inédito na Grã-Bretanha devido à alegada obscenidade da sua temática (uma mulher da nobreza que procura fora do casamento a satisfação sexual que o marido não lhe proporcionava). Não seria a última vez que a Penguin enfrentaria as morais estabelecidas: no final dos anos 80, ocorreria nova polémica com a publicação de Versículos Satânicos, de Salman Rushdie. Foi o pranto, o ranger de dentes e uma chuva de ameaças entre algumas facções islâmicas radicais. Apesar das agressões cometidas contra alguns tradutores da obra fora de Grã-Bretanha, e mesmo uma tentativa de assassinato contra o seu editor norueguês, William Nygaard, a Penguin não mudou de rota. Também, no mercado livreiro, o «espectáculo» não pode parar.

Wednesday, August 16, 2006



Noite à italiana

Foi uma belíssima noite de sábado, feita da terna cumplicidade entre dois amigos que se descobrem. Tudo sob o mote da Itália, da pasta ao café, culminando na obra-prima de Antonioni, Profissão: Repórter, que está em exibição no Nimas.

Recomendo-vos vivamente. Trata-se de um road movie (género pouco habitual fora do cinema americano) em que o protagonista (interpretado por um ainda jovem Jack Nicholson) se aventura na perda de si mesmo, assumindo a identidade de um desconhecido. Tentador? Parece que sim. Farto de entrevistar, com falinhas mansas, tiranos & outros medíocres, desmotivado por um casamento sem chama, o nosso herói procura, assim, recomeçar do zero. Troca de passaporte com um morto e esconde-se pelas estradas de Espanha - de Barcelona ao extremo sul. Mas consigo carrega um novo fardo que não pode compreender. Belíssimo!

Thursday, August 10, 2006



Hot Summer in the city

Ao contrário do habitual na chamada silly season, os cinemas de Lisboa apresentam este Verão vários motivos de interesse. A saber:

1) Profissão: Repórter, no Nimas. Michelangelo Antonioni é o último sobrevivente da geração de ouro do cinema italiano constituída por Visconti, Rossellini, Fellini e Ettore Scola. Este filme, da década de 70, traz-nos um dos pontos altos da carreira do cineasta e traz-nos um Jack Nicholson ao seu melhor nível.

2) Miami Vice, de Michael Mann. Confesso que nunca pensei ir ao cinema ver tal coisa. O título evocava-me o horripilante Don Johnson enchumaçado e de penteado à Cais do Sodré. Mas estava rotundamente enganada. Embora Colin Farrell mantenha o look, o filme é uma das melhores obras do ano. Não admira: na filmografia do seu autor constam títulos maiores do cinema de acção como Heat ou Colateral.

3) Diz-me o meu amigo Thiago que o filme de animação O Fio da Vida é um deslumbramento. Como os conselhos dos amigos são os únicos que sigo, lá estarei, no fim-de-semana, no Alvaláxia (argh...) para partilhar do seu encantamento.

Tuesday, August 08, 2006





Mulher em viagem

O que mais aprecio na livraria Galileu, em Cascais, para além do cavalheirismo do seu proprietário, é a capacidade de nos surpreender com promoções sempre diversas. No domingo passado, depois de um banho de mar, encontrei um livro de contos de uma das minhas autoras de eleição: a britânica A.S.Byatt, autora de Possession, que já foi adaptado ao cinema, e lhe valeu o Booker Prize.
Na mala de mão trago agora Elementals - Stories of Fire and Ice e estou a ler o primeiro conto, «Crocodile Tears». E posso dizer-vos que cada frase é uma revelação que me diz muitíssimo:

«She has though abou this before. Vanishing without trace was an idea that had teased through all the happy years of her married life, her working life. The idea that it was possible to vanishm that there was nothing ineluctably necessary about her work, or her home, was a condition of her pleasure in those things.»

Friday, August 04, 2006





Filosofia, nossa amiga


«Mas a coisa mais importante nesta minha arte é poder, em todas as situações, saber se a mente está a dar-me uma mera imagem, uma impostura ou um filho real e genuíno.», Platão


«Assegurar a felicidade própria é um dever, pelo menos indirectamente; pois que o descontentamento com a própria situação pessoal, sob a pressão de diversas angústias e de desejos insatisfeitos, pode facilmente transformar-se numa grande tentação para transgredirmos o dever.», Kant

fotos de Sarah Moon





Thursday, August 03, 2006

Nós e os outros
«A natureza entendeu que não precisaríamos de grande preparo mental para vivermos felizes; cada um de nós é capaz de forjar a sua própria felicidade (...) Tudo o que é bom para um homem não pode ser afectado pelo poder dos outros homens.»
Séneca