Dez momentos (confessáveis) que tornaram 2005 um ano muito razoável:
1. Março: Reencontrar o António, depois de anos de silêncio mútuo.
2. 20 de Maio: Jantar no cais do Danúbio, em Budapeste, a bordo dum restaurante de sushi chamado «Spoon».
3. 24 de Maio: concerto dos Duran Duran, no Coliseu de Lisboa.
4. 18-25 de Junho: Viagem por Itália com paragens em Milão, Veneza, Florença, Siena, Assis, Pisa e Roma.
5. 8 de Julho: Assistir ao concerto da Martirio, em Madrid, na mesma fila do Teatro em que estavam Pedro Almodóvar e Penélope Cruz.
6. 15 de Julho: Nascimento deste blog.
7. 31 de Outubro: Halloween en casa mía.
8. 7-11 de Dezembro: Londres, Londres, Londres... capital dos meus sonhos.
9. 23-25 de Dezembro: Refeições natalícias com Patrícia e Tiago (a 23), Elsa (almoço de 25), Armandina e António (jantar de 25).
10. Saber que o meu primeiro romance será publicado em 2006.
Tuesday, December 27, 2005
Monday, December 26, 2005
Thursday, December 22, 2005
imagem do filme O Natal de Charlie Brown
Inventem-se novos Natais!
Sou habitualmente uma rapariga alegre, mas como também vim «armadilhada» por um gene rebelde, abomino que me mandem estar bem disposta por decreto. Nunca me diverti verdadeiramente numa festa de fim-de-ano, esqueço-me da Páscoa e - heresia das heresias - prefiro o Halloween ao Natal. Afinal, as bruxas sempre podem variar na escolha da farda.
Sou uma pessoa de muitos afectos. Amo e julgo ser amada, mas é agridoce o sentimento que esta quadra me desperta. A coisa intensificou-se após a morte da minha mãe há quatro anos. A minha família, que nunca foi convencional, desestruturou-se completamente e já não tem qualquer relação com o que mandam os figurinos natalícios. Os meus amigos - quase todos, pessoas muito independentes a quem a vida levou para um destino singular - pagam, nesta quadra, a factura que a hipócrita sociedade portuguesa lhes apresenta. Há quem seja casado e pai/mãe de filhos mas acabe por passar sozinho a noite de Natal, há quem se submeta à tradição e partilhe o dia com tios e primos que prefere esquecer durante o resto do ano, há quem, pura e simplesmente, se meta nos copos enquanto espera pela libertadora manhã de 26.
O triste disto tudo é que alguns de nós até gostam do Natal, pessoalmente fascina-me o misto de fantasia e religiosidad originalmente associado à sua celebração. No entanto, vejo-o transformado numa espécie de busca desesperada para, durante dois dias, recuperar a família à portuguesa tal como ela era nos tempos dos nossos avós, quando não havia divórcios, crianças com tutelas partilhadas, quando os homossexuais tinham de viver escondidos dentro de si mesmos, quando homens e mulheres casavam com o primeiro que aparecesse só porque esse era o único ritual possível para a admissão no círculo dos adultos e respeitáveis. Enquanto o Natal não se adaptar às realidades dos novos tempos, creio que provocará mais sofrimento do que alegria. Aceitam-se ideias!
Wednesday, December 21, 2005
Livros de Natal
Na desenfreada corrida consumista que nos toma quase sem excepção, esquecemos frequentemente os grandes filmes e os grandes livros de Natal, e que são das poucas coisas associadas à quadra de que ainda consigo gostar. Para além de Conto de Natal, de Charles Dickens (Mr.Scrooge, Marley e o fantasma dos Natais passados são, em minha opinião, personagens insuperáveis), lembro sobretudo um livro ilustrado, que me foi oferecido na infância, intitulado A Velha Árvore. Assinado pela escritora norte-americana Pearl Buck (que foi Nobel da Literatura), reúne vários contos de Natal. O que serve de título ao livro conta a belíssima história de uma menina que, de repente, se vê forçada a partilhar o quotidiano com um avô severo e pouco disponível para algazarras infantis. No final, ficaremos a saber que, mesmo neste cenário pouco propício, ambos estabelecerão laços mais fortes do que a morte.
Na desenfreada corrida consumista que nos toma quase sem excepção, esquecemos frequentemente os grandes filmes e os grandes livros de Natal, e que são das poucas coisas associadas à quadra de que ainda consigo gostar. Para além de Conto de Natal, de Charles Dickens (Mr.Scrooge, Marley e o fantasma dos Natais passados são, em minha opinião, personagens insuperáveis), lembro sobretudo um livro ilustrado, que me foi oferecido na infância, intitulado A Velha Árvore. Assinado pela escritora norte-americana Pearl Buck (que foi Nobel da Literatura), reúne vários contos de Natal. O que serve de título ao livro conta a belíssima história de uma menina que, de repente, se vê forçada a partilhar o quotidiano com um avô severo e pouco disponível para algazarras infantis. No final, ficaremos a saber que, mesmo neste cenário pouco propício, ambos estabelecerão laços mais fortes do que a morte.
Monday, December 19, 2005
Tendem a fazer-nos acreditar em milagres que nunca acontecem (sobretudo nesta quadra agridoce) mas nem por isso os dispensamos da parafernália com que nos dispomos a festejar a data. Um dia destes, mando tudo às «urtigas» e faço como o meu querido amigo Cristóvão que, decidido a viver um Natal que realmente faça algum sentido, parte hoje mesmo para a Guiné-Bissau. Enquanto esse dia não chegar, vou-me deliciando com esta pequena selecção de películas adequadas à saison:
5. E.T, de Steven Spielberg - Não é exactamente um filme de Natal, mas calha muito bem em qualquer cabaz cinéfilo que se preze. O laço estreito entre E.T e o pequeno Elliott fazem-nos acreditar que um abraço sentido é mesmo a melhor prenda.
4. Sintonia de Amor, de Norah Ephron - A aclamada história de amor protagonizada por Meg Ryan e Tom Hanks começa numa noite de Natal quando ela, prestes a casar, se interroga sobre o que está a fazer da sua vida. Eis senão quando uma voz na noite a desperta para o sonho de um amor maior do que a vida.
3. O Estranho Mundo de Jack, de Tim Burton - O realizador Tim Burton criou um mundo onírico muito seu, que tem neste filme de animação um dos seus pontos altos. Para rever enquanto se espera pela nova animação de Burton, A Noiva Cadáver, que, em Portugal, estreia na próxima quinta-feira.
2. Fanny e Alexander, de Ingmar Bergman - Quem disse que os filmes de Natal têm de entrar invariavelmente na categoria «entretenimento»? A acção do filme de Bergman começa numa noite de Natal, tal como era vivida por uma abastada família sueca no princípio do século XX, e prolonga-se como uma obscura narrativa de amor e morte ao longo das suas cerca de três horas de duração.
And the winner is...
1. Do Céu Caiu uma Estrela, de Frank Capra (ver imagem)
É o filme de Natal mais citado em antologias e ciclos. Com inteira justiça, refira-se. Em 1946, Frank Capra realizou uma história de perda e redenção, protagonizada por James Stewart e Donna Reed, à frente de um brilhante elenco de actores (injustamente tidos por) secundários. Quando a George Bailey (a personagem de Stewart) tudo parecia injustiça e ingratidão, acontece o mais belo dos milagres de Natal. Um anjo salva o homem, mas a inversa também é verdadeira. Graças a tal acto de resgate, Clarence, um candidato a anjo com 200 anos de idade, conquista, finalmente, as suas asas e ascende à dignidade celestial.
Wednesday, December 14, 2005
foto de MJM
«Londres apinhada de gente, compacta, com as suas cúpulas dominadoras, as suas vigilantes catedrais, os seus pináculos e chaminés, os seus guindastes, os seus gasómetros, e o seu fumo constante, que nenhuma Primavera, nenhum Outono dissipam. Londres tem estado aqui desde tempos imemoriais, golpeando cada vez mais fundo esta faixa de terra, tornando-a mais intranquila, mais amontoada e tumultuosa, marcando-a para todo o sempre com indelével cicatriz.»
Virginia Woolf, Londres, edição port. Relógio d'Água, pág.56;
«Londres apinhada de gente, compacta, com as suas cúpulas dominadoras, as suas vigilantes catedrais, os seus pináculos e chaminés, os seus guindastes, os seus gasómetros, e o seu fumo constante, que nenhuma Primavera, nenhum Outono dissipam. Londres tem estado aqui desde tempos imemoriais, golpeando cada vez mais fundo esta faixa de terra, tornando-a mais intranquila, mais amontoada e tumultuosa, marcando-a para todo o sempre com indelével cicatriz.»
Virginia Woolf, Londres, edição port. Relógio d'Água, pág.56;
Tuesday, December 13, 2005
Monday, December 12, 2005
Tuesday, December 06, 2005
Friday, December 02, 2005
Kiss and Tell
A pedido de «várias famílias», esclareço que o livro de que fala a Pé é este: Sex and the City - Kiss and Tell. Trata-se de uma viagem muito bem ilustrada aos bastidores das seis séries de Sexo e a Cidade. Através de muitas conversas com as quatro protagonistas e as várias dezenas de técnicos que trabalharam para este mega-sucesso da HBO, ficamos a saber tudo e mais alguma coisa sobre o assunto. Adquiri-o na (excelente) Livraria Tema, no Colombo, mas creio que a Amazon também trata do assunto.
Thursday, December 01, 2005
As Boas Festas da Carris
Para além de suprimir carreiras e reduzir horários de funcionamento, a Companhia Carris de Ferro de Lisboa (vulgo, Carris) tem uma maneira original de desejar as Boas Festas aos seus estimados utentes. Numa tarde destas, posta em sossego numa paragem do Marquês de Pombal, vi passar um autocarro 36, em que se lia: «Feliz Natal», logo seguido de «Sr. Roubado». Fiquei comovida. Senti que aquele voto se destinava especialmente a nós, os que estávamos ali, a tiritar de frio, há mais de meia hora.
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